Aniversário da lenda: Round 25 Fight!

Muita gente está comentando o aniversário de 25 anos da série Street Fighter. Sinceramente eu fui lembrado pelo Heixemaster. Mas não seja por isso, prestemos aqui nossa homenagem:

E como ainda ganham dinheiro…

Não tive o prazer de jogar SF 1 (é, estou ficando velho…), meu primo jogou e contava o quanto era engraçado e desesperador ficar massacrando o pobre fliperama sem saber quais eram os comandos. Sim, era uma época em que não havia informação, pouquíssimas revistas sobre videogames ainda estavam em nascimento, mas os fliperamas, ainda locais de diversão inocente, inundavam todas as paisagens. Ele morava no interior do Rio de Janeiro e tinha um fliperama de SF 1, veja só!

Entre as grandes diferenças, eram apenas três personagens jogáveis, e a tela não tinha fim! Mas já estavam lá Ken, Ryu e Sagat. Os pontos no final do combate, as lutas em melhor de três e o formato das barras de energia. E a idéia de um torneio viajando o mundo. Tudo devidamente preservado e melhorado para o mais famoso de todos e vindouro Street Fighter 2 (dash/turbo/super/super dash/special…).

O impressionante de Street fighter II é como ele perdura até hoje. O sistema foi amplamente copiado, a forma com que os personagens se movem na tela, até mesmo o estilo de luta de cada um. Claro que se você vê alguém que está lucrando, surge imediatamente cópias e cópias tentando o lucro. Afinal SF nem mesmo foi o primeiro jogo de luta a existir.

SF II foi o primeiro fliperama que joguei. Dali pulei simultâneamente para Art of Fighting, Fatal Fury e Samurai Shodown, este último se tornando meu jogo de luta preferido (após algum tempo eu me tornei especialista em jogar com Galford, mas isso é outra história…). Tanto tempo levou até que saísse King of Fighters, e este ficasse rivalizando com a série Alpha/Zero.

Foi algo tão impactante para mim que jogava com todos os personagens, querendo ver os finais – em uma época em que os finais eram interessantes e os programadores se esmeravam em criá-los. A coisa era tão gritante que um certo dia eu estou jogando com Gen e me aprece o Akuma no final… Mas para se entender isso é preciso falar da lenda de Akuma! Nos Estados Unidos esse era seu nome, no japão, Gouki (e toda a polêmica da troca de nomes entre Bison/Vega/Balrog). Gouki, irmão de Gouken. Gouken, mestre de Ryu e Ken, e dono do primeiro de abril mais absurdo da história (recomendo a leitura! É muito divertido ver como mundo inteiro acreditou em uma mentira por quase dez meses). Enfim, Gouki é o arquétipo de inimigo muito forte, que só pode ser alcançado através de combates sem ferimentos, muitas vitórias “perfeitas”, términos de lutas usando movimentos especiais,tudo dependendo da versão do jogo. Apareceu a primeira vez em SF II (olha aí, sempre a origem de todo mal :D), e no nosso amigo SF alfa 3 estava lá, sub-escondido, o “verdadeiro” Gouki, muito mais forte que o comum. Era preciso alguma coisa mirabolante no qual eu não me lembro mais para que ele aparecesse como último inimigo. E fiz isso com um dos personagens mais fracos do jogo. O vício era realmente muito grande.

E os “contras”, então? Boas lembranças… Cinco, seis caras em torno de um playstation na varanda de casa esmerilhando um controle. Ainda me lembro de um amigo meu apavorado comigo, ao ver a barra de especial completamente cheia, gritar “olha lá, agora ele vai dar o raging demon!” e eu devolver na mesma letra “não adianta nada se você avisa!”. Risos gerais, bons tempos. E era isso, sinônimo de diversão com os amigos comendo pizza em torno do videogame, ou então no fliperama gritando e bagunçando. Histórias contadas de quinta mão de alguém que ouviu um cara contando o que outro tinha lido em uma revista, tentativas de realizar movimentos que alguém te disse que existiam e nunca funcionaram, mas ainda sim rendiam boas risadas e muita rivalidade.

Praticamente não tenho lembranças de Street Fighter 3 (e suas versões), nesse momento pois a era dos fliperamas por aqui diminuiu muito. Ainda era muito forte as séries baseadas em “vs”, contra personagens da Marvel. Ainda joguei muito X-men e Marvel Super Heroes, mas as séries versus foram ficando cada vez mais competitivas, e eu estava indo no caminho de Samurai Shodown 4 e o novíssimo Tekken (caramba, quase esqueço o saudoso e muito bom Darkstalkers), seduzindo a todos pelo 3d que começava a aparecer. Para se ter uma idéia, eu vi apenas o fliperama de Street Fighter 3 original. II – Second Impact e III – Giant Attack passaram em branco por mim. Fui ter mais contato com eles nos emuladores, posteriormente. Mas a animação dos personagens não me agradava, não era nem a história nem os personagens novos. Era estranho jogar em algo que tinha o espaço de luta e a cadência dos anteriores diferentes. Street Fighter 3 foi vítima do sucesso da série Alpha e os derivados versus.

E então, por anos ficamos órfãos. Até que um dos criadores originais juntou uma equipe de pessoas que trabalharam tanto na capcom quanto na SNK e tivemos isso aqui abaixo:

Uma abertura feita em Sumi-e animado!!!!!!!!!! Conquistou a mim e tantos outros imediatamente (e depois, lendo sobre o assunto, era “apenas” um filtro de vídeo aplicado sobre o movimento original dos personagens). Era o retorno da série após oito anos sem um jogo novo e tantos outros distantes do original. Sim, porque o que eu mais ouvia era a frase “parece street fighter 2 só que 3d”, ou o apelido de “2.5” que recebeu. A cadência, a estratégia, sem a velocidade exagerada de jogos como Baz Blue (vou ser morto pela legião de fãs desse troço horrível), fez com que todas as múmias e zumbis como eu saudosos daquela diversão maravilhosa do passado saíssem de suas tumbas, loucos por colocar as mãos nos joysticks outra vez.

Observação sobre o Bazblue: acho horrível sim, é rápido demais, simplesmente assim! Eu era fã das primeiras versões de Guilty Gear, mas isso já demais. O pior é que até as novas versões de King of Fighters aderiram a isso.

A série atingiu outros patamares. Teve dois (o outro aqui) filmes ruins, uma série animada mais ou menos, muitos OVA’s (desenho japonês feito para o cinema) variando de muito bons a muito ruins. Mas o mais marcante é o desenho de advinha qual capítulo da série? Se disse 2 foi premiado com um Shon Goku Satsu da “fuça”!

Anime de 15 anos atrás, como as coisas eram diferentes.

Versão americana em quadrinhos

Bonecos, figuras animadas, inúmeros mangás e quadrinhos (o estúdio Udon ficou quase especialista em publicar coisas da capcom no ocidente). O impacto na vida moderna de “cultura pop” que temos foi muito grande. Até eu arrisco minhas imagens:

Mas como este é um blog de tecnologia, não podíamos deixar de arranhar um pouco o lado técnico da coisa e qual o impacto de street fighter em nossas vidas, mesmo que não notássemos. Street Fighter 1 for portado para a maioria dos computadores da época (Commodore 64ZX SpectrumAmstrad CPCMS-DOSAmiga e Atari ST segundo a wikipedia), mas não consegui referências ao hardware exato que ele usava. Então a capcom passa a produzir seu prórpio hardware, começando com a CPS 1:

  • CPU:
    • Primary: Motorola 68000 @ 10 MHz (some later boards 12 MHz)
    • Secondary: Zilog Z-80 @ 3.579 MHz
  • Sound Chips:
    • Yamaha YM2151 @ 3.579 MHz
    • Oki OKI6295 @ 7.576 MHz, Stereo
  • Display
    • Resolution: Raster, 384×224 @ 59.60 Hz (Horizontal)
    • Color Depth: 16 bit
    • Colors available: 65,536
    • Onscreen colors: 4096
  • Sprites:
    • Simultaneously displayable: 256
    • Sizes: 16×16, 16 colors (15 unique + 1 transparent)
    • Vertical and Horizontal Flipping capability
  • Tiles: Sizes 8×8, 16×16, 32×32 with 16 colors (15 unique + 1 transparent)
  • Tile Maps: 3 Maps, 512×512, 1024×1024, 2048×2048 pixel
  • 68K RAM: 64 KB WORK RAM + 192 KB VRAM(Shadow)
  • PPU: 192 KB VRAM + 16 KB CACHE RAM
  • Z80 RAM: 2 KB WORK RAM

O único lugar que vi chips motorola desse formato foi nos velhos roteadores cisco 2500… Poderosos 10 MHZ! SESSENTA E OITO K de RAM! E nossa plaquinha aí em cima estréia em 1988, mas é em 1989 que recebe os dois primeiros jogos mais famosos: Ghouls and Ghost (o pobre cavaleiro Arthur correndo dos fantasmas…) e Strider (Strider Hiryu, me pergunto quem veio primeiro, ele ou Ninja Gaiden). Somente em 1992 é que surge Street Fighter II: The World Warrior. É seguido então dos grandes sucessos (bons tempos…) da época, King of the Dragons, Captain Comando e Knights of the Round (nem só de luta vivia a capcom). Recebeu mais alguns outros títulos, teve updates, os jogos relançados nela, e fechou sua vida útil com Street Fighter Alpha.

A CPS 2 estreou exatamente com nosso amigo SF 2: New Challengers, trazendo os famosos quatro lutadores extras, e seguiu firme e forte:

  • CPU:
    • Primary: Motorola 68000 @ 16 MHz
    • Sound CPU: Z80 @ 8 MHz
    • Sound Chips: Q-Sound @ 4 MHz
  • Display:
    • Color Palette: 32 bit
    • Total On Screen Colors: 4096
    • Colors per tile: 16 (4 bits per pixel)
    • Sprites: 900 (16×16 pixels)
    • Scroll Faces: 3
    • Resolution: 384 x 224
    • Maximum Rom Capacity: 322 Megabits

Se notar, as mudanças são pequenas. Talvez a diferença gritante seja no tamanho da ROM, isto é, o tamanho do jogo agora poderia ser muito maior do que antes. Passaram por ela toda a série Alpha, Darkstalkers, a série X-men e Marvel, e mesmo Dungeons and Dragons 1 e 2 (que para nós era delicioso apenas pelo fato de usar o mundo original de D&D, Mystara! Coisa para outro post…). Ela começou a limitar os videogames da época, sim, jogos melhores que os videogames eram produzidos e tinham que ser adaptados! SF alpha 2, Super Mario RPG e um terceiro jogo no qual me falha a memória, valiam-se de um chip interno extra no cartucho dos jogos! No Mega Drives expansões de hardware eram comuns e de todos os tipos. Mas eis que acontece ao contrário: Tekken começa a usar placas de playstation modificadas, e Virtua Fighter as do Dreamcast!

A cps3 veio mais para acompanhar as mudanças das outras concorrentes, criando gráficos muito mais bonitos e realistas, além de noções 3d nos jogos.

  • Main CPUHitachi HD6417099 (SH-2) at 25 MHz
  • Storage:
  • Sound chip: 16-channel 8-bit sample player, stereo
  • Maximum number of colors: 32768 (15 bit colour, 555 RGB)
    • Palette size: 131072 pens
    • Colors per tile (backgrounds / sprites): 64 (6 bits per pixel) or 256 (8 bits per pixel), selectable
    • Colors per tile (text overlay): 16 (4 bits per pixel)
  • Maximum number of objects: 1024, with hardware scaling
  • Scroll faces: 4 regular + 1 text overlay ‘score screen’ layer
  • Scroll features: Horizontal & vertical scrolling, linescroll, linezoom
  • Framebuffer zooming
  • Color blending effects
  • Hardware RLE decompression of 6 bpp and 8 bpp graphics through DMA
  • Resolution, pixels: 384×224 (standard mode) / 496×224 (widescreen mode)
  • Known games on this hardware: 6

Os fundos tridimensionais e em movimento criados em SF 3 perduram até hoje em todos os jogos da capcom, como carros saltando por cima dos lutadores, cenários em movimento e profundidade/variações de nível. Esse nível de gráficos não foi acompanhado por ninhum outro jogo de luta. A cps3 foi utilizada basicamente na série Street Fighter 3 e Jojo Bizarre Adventures. Veja que o hardware não é assim tão “poderoso”, mesmo para os pc’s da época!

A grande curiosidade é que estes desenvolvedores, sim, pressionavam o desenvolvimento de hardware da época. Mas houve um momento da baixa dos jogos de luta, em que a capcom tinha muitos outros estilos, títulos e séries a investir. No entanto, a sua maior rival neste estilo, a SNK, foi a bancarrota. Ela investia nas séries KoF, Samurai, Art of Fighting e Fatal Fury como seus carros chefes. Alguns jogos ruins, falha em investir nas versões 3d de jogos conhecidos, e os jogos da série King of Fighters de menor repercussão (curiosamente, a melhor parte da série, a saga de Orochi, termina nessa época), fizeram com que a empresa falisse. E o mais engraçado de tudo, ela foi disputada a tapa por investidores, não porque ela enviasse máquinas de fliperama pelo mundo inteiro, e sim porque ela a produtora de uma coisa que você vê nas ruas quase todos os dias: as máquinas caça-níqueis, lá conhecidos como pachinko! Sim, estas máquinas de rua que você vê sendo apreendidas de vez em quando pela polícia (!) foram todas feitas na fábrica da uma vez grande SNK. Além disso, ela também fazia aquelas máquinas pega-bichinho que você vê nos shoppings. Lembre-se, ela exportava para o mundo todo, um negócio que adminsitrado corretamente era sim lucrativo! Quem comprou não queria nem um pouco saber de fliperamas. Tanto que vendeu fácil e barato, advinha para quem? Se disse capcom foi premiado com um shin shouryuken na “lata”! A capcom cedeu a licença à um estúdio, a playmore, que hoje faz os jogos da antiga empresa.

Comentei todo esse parágrafo para ver como as coisas são contramão na indústria de hoje. A capcom (e a snk playmore) utiliza-se hoje da Taito Type X (sim, no Japão e Estados Unidos ainda existem fliperamas!), e todos os jogos baseados em SF4 trabalham sobre ela (além da série King of Fighters, Baz Blue e similares).

Taito Type X/X+

  • OSWindows XP Embedded
  • CPU: Intel Celeron 2.5 GHz, 400 MHz FSB (upgradeable to Celeron 2.0/2.8 GHz, Pentium 4 2.0 GHz/2.4 GHz/2.6 GHz/2.8 GHz/3.0 GHz, 400-800 MHz FSB)
  • Chipset: Intel 865G
  • RAM: DDR266 DIMM 256MB (upgradeable to DDR400 2GB), 2 memory slots
  • GPU: (AGP-8x slot) Supported cards include ATI Radeon 9600 SE 128 MB, 9600 XT 128MB, X700 PRO 256MB
  • SoundAC’97 onboard 6 channel audio CODEC
  • LAN: On-board, 10/100 BASE-TX
  • I/O ports: 4× USB port (1.1 & 2.0 compatible), 1× parallel port, 2× PS/2
  • Audio inputs: Microphone (stereo pin-jack), line-in (stereo pin-jack)
  • Audio outputs: line-out (stereo pin-jack), SPDI/F
  • Expansion Slots: AGP (used by video card), 2× PCI
  • Storage interface: 2 channel Parallel ATA (UATA-100/66/33), 2 channel SATA
  • Media: PATA/SATA Hard disk

Taito Type X³

  • OS: Windows Embedded Standard 7 64bit/Windows XP Embedded SP3 32bit
  • CPU: Intel Core i5 2400
  • Chipset: Intel Q67 express
  • Graphic: AMD RADEON HD 6770
  • Sound: 7.1ch HD AUDIO
  • Memory: DDR3 2GB
  • Storage: HDD 160GB (2.5 inches)
  • USB: USB3.0 × 2 group + USB2.0 × 2 group
  • Network: 1Gbps × 2 port
  • Serial: 1 port
  • Power Supply: 600W

In addition, in Type X³, hardware configuration changes are possible for each game title, following the lineup is as an optional part.

  • CPU: Intel Core i3/2120, Core i7/2600
  • Graphic: NVIDIA GeForce GTX560Ti
  • Memory: Up to 16GB
  • Storage: Up to 3TB HDD
  • SSD: 16GB

Coloquei apenas a primeira e a última versão para termos de comparação. Todos os arcades modernos do qual você ouviu falar estão rodando sobre alguma versão da Type X, inclusive os pachinkos. São basicamente computadores com o Windows XP embebbed. A muito grosso modo, um Win Xp mais “enxuto”, com todos os serviços básicos e pronto para rodar apenas um aplicativo ou sistema dedicado em máquinas pequenas. Diferentente dos nossos motorolas, temos cpu’s Intel soquete 775 rodando, HD’s grandes, placas de vídeos potentes, ou seja, uma brincadeira mais cara e um tanto elitizada.

É fácil ver porque antigamente qualquer rincão do Brasil tinha um fliperama. O gabinete era feito aqui, você recebia apenas as placas. Quando recebia jogos novos trocava os antigos no mesmo gabinete, então um vendendor podia passear o Brasil inteiro ele mesmo fazendo o serviço. E o hardware era altamente barato. Fazia-se MUITO com muito pouco, e se impulsionava a resolver cada vez mais problemas (como as limitações dos videogames) usando inteligência e engenhosidade. Arcades hoje são muito caros, e difícieis de existir fora de shoppings ou grandes locais de entretenimento.

Arte de Capcom vs Snk (apenas os personagens da capcom)


É talvez dessa amizade que citei lá no início, da iteração com as pessoas, das brincadeiras e rivalidades as quais eu sinto mais falta. Talvez o mais marcante na minha geração e em algumas depois era discutir de onde Akuma veio ou como Ryu derrotou Sagat, comendo pizza e esperando pelo próximo anime ou revista em quadrinhos. Essa é marca que o aniversário de street Fighter nos faz lembrar com alegria.

Pequena observação: esperei seis meses pela minha cópia de Street Fighter IV que veio da Inglaterra através do ShopTo.net, perdendo a maior parte do boom do jogo ;(. O amigo que me emprestou pela primeira vez me tomou o jogo porque eu estava literalmente massacrando todo mundo que jogava comigo e me deixou todos os meses na onça :(. Má há a alegria de ouvir “Tiger Uppercut” novamente, ou o cara do lado dizendo “o Euclydes dá rasteira no adversário antes dele cair no chão!”.

Bons tempos.

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